Friday, March 10, 2006

profundezas da poesia em mim.

Fernando Pessoa
Cancioneiro

Autopsicografia

O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.

E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.

E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.

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Amar até depois d amanha...

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...a cada dia transformo-me num ser diferente...plantador de sonhos.